Anchored


E mais uma vez, a @Geligirl, da minha acessoria de curtas rs, salvou minha vida.

Vamos falar sobre Anchored, um curta feito por alunos de uma escola de artes e design.

O mundo visual de Anchored é bem detalhista, muito bem feito, as vezes pessimista ou otimista. A música de fundo (Mika Romans), enfatisa o curta e deixa uma atmosfera triste, ao mesmo tempo que vai se tornando "bonitinha".

O curta nos mostra, através de simbologia, a distância de dois personagens; Um ancorado no meio do mar e o outro esperando, em terra firme, na baía. O melhor, no final, é uma mensagem de fé e positivismo.
Parece ser bobinho? Não é!

Belo trabalho dos alunos de artes e design; Merecem reconhecimento.

A Felicidade Não Se Compra

(It's a Wonderful Life, 1946)
Considerado um dos cineastas mais importantes da história do cinema, Frank Capra reuniu em uma única película tudo o que as pessoas vêm esquecendo com o tempo, o amor/atenção pelas pequena coisas. A Felicidade Não Se Compra (It's a Wonderful Life, 1946) toca, e toca profundamente qualquer ser humano dotado de emoções. Antes de falar sobre essa história marcante, vou apresentar a vocês - em poucas palavras - Frank Capra. Cineasta norte-americano nascido na Sicília (1897-1991) e inventor da comédia romântica, Capra começou a carreira no cinema em 1921, dirigindo curtas-metragens e trabalhando como montador, redator de títulos e roteirista de programas cômicos. Entre suas produções mais conhecidas, estão: Aconteceu Naquela Noite (1934), A Mulher Faz o Homem (1939) e O Galante Mr. Deeds (1936). Mas foi em A Felicidade Não Se Compra que o diretor se consagrou. O filme chegou a concorrer ao Oscar de melhor filme, diretor, ator, edição e som, mas infelizmente não venceu em nenhuma das categorias.
George Bailey (James Stewart), um homem alegre e de bom coração, cresceu na pequena cidade de Bedford Falls, em Connecticut, mas sonha em viajar pelo mundo. Mas sempre que ele fazia planos, o dever parecia entrar em seu caminho. Preocupado em ajudar os outros, George sacrificou seu futuro para cuidar da empresa de seu pai, e mesmo não sendo o emprego dos seus sonhos, o seu casamento com Mary (Donna Reed) aliviou um pouco essa pressão e colocou a felicidade em seu caminho.
Pai de família e cheio de responsabilidades, George passa a ser pressionado por Mr. Potter (Lionel Barrymore), que ameaça colocá-lo na cadeia em nome de uma dívida de 8 mil dólares. George acaba tentando suicídio pulando de uma ponte, quando então, um anjo chamado Clarence, aparece para mostrar a George o que teria sido de Bedford Falls se ele não tivesse nascido. "It's a wonderful life" e até mesmo o nome em português, "A Felicidade Não se Compra", parecem fazer mais sentido agora. Isso porque George ganhou uma segunda chance; chance de viver novamente e abraçar sua família diante de tal compaixão.
Quase 60 anos anos depois, o filme ainda é intenso, e diante de tantas produções que simulam o desrespeito e a desvalorização humana, a mensagem otimista de A Felicidade Não Se Compra parece que está longe de envelhecer. Não deixe de conferir essa obra prima!

Emocione-se e chore diante dessa cena inesquecível! (O vídeo abaixo mostra a parte final do filme).


Título Original: It's a Wonderful Life
Gênero: Drama
Duração: 129 minutos
Ano de Lançamento: 1946
Direção: Frank Capra
Roteiro: Frances Goodrich, Albert Hackett e Frank Capra, baseado em estória de Philip Van Doren Stern
Produção:Frank Capra
Música:Dimitri Tiomkin
Fotografia:Joseph F. Biroc e Joseph Walker

Sinônimo de Michael Myers

Estreou hoje Halloween II, continuação do remake de Halloween (1978); Halloween é uma magnífica série de filmes de terror, numa época onde este estilo de filme estava se desenvolvendo, Halloween surge apresentando um ótimo suspense e nos trazendo um serial killer característico dessa área, um serial killer que manteve sua presença dentre seus sucessores, os grandiosos Jason e Freddy ou Leatherface, e que até hoje 32 anos após seu nascimento ainda domina as telas do cinema: Michael Myers.
Com sua música de impacto, provavelmente a música mais marcante dentre todos os filmes de terror, Michael Myers se firmou dentro de um gênero se tornando uma figura poderosa nesse meio.

Como é comum nos remakes de terror hoje em dia, este também se foca bastante em cenas gore, com muito sangue e carnificina, porém não podem se esquecer que uma característica principal de Mike Myers é o suspense, tiram isso dele e vão estar praticamente fazendo um outro Jason. Um grande erro de Halloween II foi retirarem este suspense dele, de não saber onde está, quando vai aparecer, o que vai fazer e como, em diversas cenas ele simplesmente entra já matando (típico do Jason) ou a ponto de matar alguem e lá vai mais foco na carnificina.

Esta continuação se sustena completamente em Myers que domina cada cena em que aparece, mesmo sem seu famoso suspense muito bem trabalhado no original de 78, como já afirmei antes, a presença dele é muito marcante, seu personagem é perfeito, até porque sua imagem já foi construída em seus filmes anteriores; com certeza se este fosse o primeiro filme da série Halloween, mostrando Michael Myers da forma que mostraram, ninguém ia achar grande coisa.

Justamente por conhecermos ele que o primeiro remake: Halloween (2007) foi tão empolgante, revelando a história de Myers, sua infância perturbada, ou seja, uma ótima história com ótimas cenas que não abusaram das mortes e manteve o suspense apropriado. Já Halloween II simplesmente se perde num roteiro sem história, com foco nas mortes, onde ninguem além de Michael Myers traz nada de valor pro filme.

Outros filmes da série também já foram assim, como em Halloween Ressurrection (2002), sem preocupação alguma com a história, apenas motivos para mortes "maneiras" já era o suficiente, enfim, Halloween II não agradou muito, principalmente se comparado ao primeiro que foi ótimo, só vale mesmo pelas cenas onde Myers aparece e mesmo assim, ele está diferente, mais sombrio, não achei que isso ficou muito bom, pelo menos não para o personagem porque para as mortes isso serviu perfeitamente como desculpa para litros de sangue e mutilação.

O melhor de Mike Myers é o suspense dentro do terror, a parte da brutalidade é representada pela sua faca, isso num ambiente de suspense forma um filme de terror na dose certa, que apreende e excita quem assiste, ao mudar essa fórmula Halloween II perdeu muito em qualidade, sugiro que ao invés de ir no cinema, alugue a coletânea de Halloween e conheça o verdadeiro Michael Myers.

Nocturne (1980)


Nada melhor do que conhecer a essência de um grande cineasta.
Esse curta foi dirigido por, ninguem mais ninguem menos que, Lars Von Trier, quando ainda cursava cinema.

O video mostra uma mulher com sensibilidade a luz; do melhor jeito "Von Trieresco". O cenário e ângulos escuros, as expressões fortes de medo do personagem principal. Voce conhece o trabalho do diretor? Então vale a pena ver o curta!

Os clássicos do romance

Para quebrar um pouco o clima - depois de tantas postagens sobre terror e suspense – indico a vocês 3 filmes que até hoje fazem nosso coração bater mais forte. Foi difícil fazer essa seleção, afinal, são tantos os que merecem destaque. Portanto, escolhi meus favoritos!

Aconteceu naquela noite (It happened one night, 1934)

Garota rica mimada foge de casa e jornalista desempregado encontra o furo perfeito. Quem disse que daí não pode surgir uma grande história de amor? Frank Capra e suas comédias marcaram a era de ouro do cinema e em 1934 ele produziu/dirigiu uma das comédias românticas mais ternas de todos os tempos. Vencedor do Oscar de melhor, filme, diretor, ator, atriz e roteiro, Aconteceu naquela noite consegue captar de uma forma divertida e apaixonante a cumplicidade que uniu os dois personagens. (Trailer)

Gênero: Comédia Romântica
Duração: 105 minutos
Direção: Frank Capra
Roteiro:Robert Riskin, Samuel Hopkins Adams
Produção:Frank Capra, Harry Cohn
Elenco: Clark Gable, Claudette Colbert, Walter Conolly

Casablanca
(1942)

Nenhum outro filme é capaz de melhor representar o amor no cinema como em Casablanca. Durante a Segunda Guerra Mundial, Rick (Humphrey Bogart) e Ilsa (Ingrid Bergman) retomam um romance mal resolvido que havia começado em Paris. É impressionante como um filme de quase 70 anos ainda consegue nos emocionar tanto. Só vendo para enxergar a verdadeira essência dessa marco do cinema. (Trailer)

Gênero:Drama
Duração: 102 minutos
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Howard Koch,
baseado em peça de Murray Burnett e Joan Alison
Produção:Hal B. Wallis
Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid,
Claude Rains, Conrad Veidt, Sydney Greenstreet

Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, 1961)

Baseado num romance de Truman Capote, Bonequinha de Luxo é envolvente e sedutor. Holly Golightly é uma garota boêmia que leva a vida descompromissadamente, sobrevivendo de presentinhos de admiradores. Paul, interpretado por George Peppard é seu vizinho, com quem ela cria fortes laços de amizade, que mais tarde resultarão numa das cenas mais belas do filme - quando Hepburn e George se beijam na chuva ao som de Moon River. Audrey Hepburn nunca esteve tão deslumbrante, impossível não se apaixonar pela obra! (Trailer)

Gênero: Drama
Duração: 115 minutos
Direção: Blake Edwards
Roteiro: George Axelrod, baseado em livro de Truman Capote
Produção:Martin Jurow e Richard Shepherd
Elenco: Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal, Buddy Ebsen

Ilha do medo (Shutter Island, 2010)

Título Original: Shutter Island
Gênero: Suspense
Duração: 148 min
Ano de Lançamento: 2010
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Laeta Kalogridis,
baseado em livro de Dennis Lehane
Produção: Brad Fischer, Mike Medavoy,
Arnold Messer e Martin Scorsese
Fotografia: Robert Richardson
Direção de arte: Max Biscoe,
Robert Guerra e Christian Ann Wilson
Figurino: Sandy Powell
Edição: Thelma Schoonmaker
Efeitos Especiais: New Deal Studios
CafeFX / Gentle Giant Studios / Mark Rapaport Creature Effects

César
Só pra complementar a análise dos meus colegas cinéfilos; o que você vai sentir assistindo Ilha do medo? Vai se sentir insano, confuso, paranóico, fora de foco e insano de novo. A atmosfera embaralhada de Ilha do medo mostra diferentes graus de loucura. Você pensa que é uma coisa, pode ser, pode não ser. O final é meio óbvio (nem tanto), mas não obstrui a obra prima criada por Scorsese. Filmes com hospícios sempre me dão calafrios, e não foi diferente com esse.
Parte técnica: Fotografia, trilha sonora... tudo perfeito, com um toque de Hitchcock. Afinal, é um filme de Martin Scorsese. Não podiamos esperar menos, né?
2 horas de pura loucura. Quando terminar você vai falar: "Caralho, me sinto 20% mais psicologicamente abalado do que antes."

Daniel Corrêa
Creio que fui o único do mundo que não gostou. Esperava mais. Mas achei que tem pontos positivos, como as atuações. Mas falarei pouco. Ando sem tempo e prefiro ficar quieto quando sou o unico que não gostou.

Alex
Um dos melhores, senão o melhor suspense que já vi. Acho que nunca havia assistido um suspense psicológico antes, realmente indescritível, sensacional.
Shutter Island é baseado no livro "Paciente 67" de Dennis Lehane, uma história simplesmente fantástica que te prende desde a primeira cena, e contrariando uma grande maioria de críticas que já li sobre o filme, não achei o final surpreendente. Logo no começo, assim como no resto do filme, diversas cenas sugerem qual o segredo por trás de tudo, e quando chega no fim, era aquilo mesmo.
Pelo magnífico suspense, pelo cenário da Ilha e trilha sonora, tudo combinou perfeitamente, criando um clima de suspense emocionante, achei que merecia um final melhor, apesar de manter a qualidade da história, no fim o suspense acaba (literalmente), não há uma revelação, apenas se confirma o que já era esperado. Nesse ponto, o filme falhou ao deixar tão facilmente que o mistério fosse descoberto ainda nos poucos minutos iniciais, apesar da dúvida lhe manter preso para descobrir a verdade, o final decepcionou ao mostrar o óbvio.
Ou seja, é um filme ótimo, mas poderia ser melhor; roteiro, cenário e trilha perfeitos, atuação e direção boas. Acertou no suspense, mas errou no desenrolar da história, no geral é um filme que entra na lista dos "deve assistir".

Denise
Fiquei com um pouco de receio ao assistir Ilha do medo (Shutter Island, 2010), afinal, Martin Scorsese saiu totalmente da sua área de conforto para se aventurar numa produção que é no mínimo perturbadora. Stanley Kubrick nos deixou O iluminado (The Shining, 1980) e agora Scorsese - seguindo o mesmo caminho - dirigiu um filme completamente claustrofóbico e insano.
Mesmo para um longa de 2 horas e 28 minutos, Ilha do medo demora muito para começar. De imediato temos a impressão de que será mais um filme de investigação com um toque de suspense, mas a sutileza das jogadas que Scorsese criou no decorrer do longa, foi o suficiente para desencadear uma trama sem compromissos com a sanidade.
Alguns minutos antes do final, você ainda vai se perguntar, quem é na verdade Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio)? Ilha do medo é um suspense incrível, e isso não poderia ter sido diferente - porque de gênio para gênio - Martin Scorsese foi muito bem guiado pelas influências de Alfred Hitchcock!


O Terror no Japão

Os filmes de terror japonês são muito conhecidos pelo mundo, principalmente seus remakes americanos, que muitas vezes nem sabemos que era um remake. Mas porque de tantos remakes, e será que vale a pena conferir o original nipônico?
O principal motivo deste post foi minha "decepção" com estes filmes que muitos alegam serem bem melhores que qualquer terror americano, mas a grande maioria se mostrou bastante fraco, "chato" seria a melhor definição, causando sonolência e desinteresse pela história, porém existe um motivo para que os filmes de terror japonês sejam bem vistos dentre os filmes do gênero horror.

Vejamos Ju-On por exemplo (O Grito), tanto o original quanto seu remake são repletos de diálogos monótonos, cenas sem nenhum som além da conversa, e não dizem nada sobre algo interessante quanto à história é realmente apenas uma conversa, que geralmente não te leva a pensar nada, ou concluir algo, até parece ser feito por pura enrolação, mas é uma forma de dar ao filme um aspecto mais "real", mostrar coisas do dia-a-dia dos personagens, mesmo que não gere valor algum para o desenvolver da história.
No caso de Ju-On, essa característica dos filmes japoneses favoreceu suas filmagens, tanto na utilização da câmera, quanto no ângulo das cenas e a falta quase completa de efeitos especiais, o resultado foi um filme bastante realista, o que com certeza causa mais medo do que gastar litros de sangue falso em uma morte tosca (típico do cinema dos EUA).

Outra característica destes filmes são a incrível qualidade das histórias, não sei se é por serem na sua maior parte baseadas em crenças e supertições reais da cultura oriental, ou simplesmente porque roteiristas japoneses são "Os Caras", mas é impressionante reparar a riqueza que estes roteiros possuem.
O melhor do filme japonês de terror é sem dúvida a sua história, o drama passado com os personagens, prova disso é Ringu (O Chamado), o mais aclamado e conhecido, já tendo gerado uma minissérie e histórias em quadrinhos; dentre os filmes de terror japonês, este é um (dos poucos) realmente bons de se ver, apesar de achar que a investigação foi mais bem feita em seu remake, Ringu não se perde em momentos chatos, a história consegue fluir e atrair o espectador.

Quando um remake é ruim, geralmente é porque abusou de efeitos especiais e alterou o roteiro original, um ótimo exemplo disso é One Missed Call (Uma Chamada Perdida), se tiver a oportunidade recomendo que veja o original e o remake; quando o diretor pretende fazer um típico filme com sustinhos e efeitos não vale a pena refilmar um terror japonês, que além da ótima história, também apresenta uma excelente direção.

O que falta no terror japonês acredito ser uma atuação mais voltada pra história do que para os próprios personagens, o que é encontrado no cinema ocidental, e como o que as produções hollywoodianas mais necessitam é de boas histórias, elas se fartam nas produções orientais, porém um remake ainda é apenas um remake, uma associação perfeita seria um filme americano com diretor e roteirista japoneses, acho que valeria arriscar, com certeza seria melhor do que assistir remakes arruinando grandes histórias, e grandes histórias perdidas em meio à cenas paradas.



Até a próxima sexta!

"Faroeste nacional"


Olá, leitores
Perdoem a demora para o post. Tive problemas de saúde e uma longa correria profissional. Por isso não farei um post, post.

Será uma curiosidade.


Durante os anos 50/60 foram feitos vários filmes a la western trazendo a temática nacional, principalmente do sertão.
Mas você acha que o faroeste é um gênero só americano?
Que nada! Em 1954, "Matar ou Correr" (paródia de 'Matar ou Morrer', 1952) é um desses. Com xerife, bandido e saloon. A chanchada, que foi um senhor sucesso da Atlântida reune dois gênios na sua melhor atuação juntos: Oscarito e Grande Otelo.




Vale muito procurar, baixar, alugar, comprar.
Pela piada bem feita.
E pela cena da batalha a la Chaves que é melhor que no filme original.

E tenho dito.

Signs

O curta que ganhou oscar (The new tenants), ainda não chegou ao Brasil. Então, vou falar sobre o curta "Signs" (Vencedor do Cannes em 2009), outra dica de minha colega de twitter @GeliGirl.

O que falar sobre "SIGNS"?

Na verdade, em seu mérito, como é um curta sobre ausência de comunicação (falada), não vou falar nada e deixar você presenciar a grandeza desse maravilhoso curta com seus próprios olhos.







M - o vampiro de Dusseldorf

(Fritz Lang, 1931)

Diante do olhar aterrorizante do assassino Hans Beckert e com melodias que fizeram jus as cenas; M - o vampiro de Dusseldorf (Fritz Lang, 1931) rompe com algumas convenções ao ser produzido para o gênero de horror, com características melodramáticas e expressionistas da época. É justamente por isso que o gênero só pode ser identificado ao final.
A obra de Fritz Lang funciona como um documento por ser uma tomada do expressionismo alemão - estilo cinematográfico bastante comum na época - que se caracterizou pela distorção de cenário e outras técnicas, com a intenção de expressar a maneira com que os realizadores enxergavam o mundo. Lang faz uso da deformação de detalhes para impressionar os espectadores. No caso de M – o vampiro de Dusseldorf, a visão de uma sociedade amedrontada por um infanticida.
“O expressionismo já não vê, mas tem visões. Ou seja, a realidade não é mais contemplada segundo os dados dos sentidos, mas o homem consegue tão somente projetar visões subjetivas e interiorizantes do real”. (RUBINATO, Alfredo).
Fritz Lang era uma pessoa extremamente detalhista – destacando cenários e símbolos – capazes de ofuscar qualquer tipo de insatisfação através da beleza das cenas.
O expressionismo exemplificado pelo olhar de Hans criou um mundo só seu, ele que não se adaptou aos processos da realidade. A utilização do PPP (primeiríssimo plano), o zoom no seu semblante desesperador, a ausência do som no momento da perseguição do assassino; tudo isso enriqueceu a produção de uma grande obra que caracterizou a fase do expressionismo alemão.

Direção: Fritz Lang
Roteiro: Thea von Harbou, Fritz Lang
Ano de lançamento: 1931
Elenco: Peter Lorre, Gustaf Gründgens
Ellen Widmann, Inge Landgu
Otto Wernicke, Theodor Loos
Friedrich Gnab, Fritz Odemar

Exército do Exterminio (2010)

The Crazies é um remake de "O Exercito do Exterminio" de 1973, de George A. Romero.
O Filme conta a história de uma cidade onde seus habitantes se tornam insanos com desejo de matar depois que um acidente de avião espalha uma arma química no local.
E apesar de ser considerado um thriller de terror, ou um terror/drama, ou um Ação/Drama/Horror/Sci-Fi/Thriller; de terror mesmo ele não tem nada.
Não é porque tem mortes no filme que ele vai ser considerado de terror, ou porque os assassinos parecem um pouco com mortos vivos; lógico que o tema é de um filme de terror, mas o filme não foi feito assim...


O Original (1973)

The Crazies acho que foi o filme que mais esperei este ano, e de não aguentar esperar, fui assistir o original, mas me decepcionei, mesmo no trailer fica claro que não é terror, está mais pra ação, e o filme foi assim mesmo.
O Foco se dá nos militares, logo no começo eles chegam na cidade, explicam o ocorrido e vão tomando controle da situação, o outro lado são os não infectados que resistem à prisão e fogem, as vezes aparece algum infectado e rola uma "briga", o filme é todo assim, tem tiroteios frequentes, muita conversa e um certo drama, sem falar que no original os infectados não viram assassinos doentes, viram apenas malucos agressivos, eu achei bem fraco e não tem nada de terror.
Confira aqui o trailer do original.

O Remake (2010)

O melhor é que não é um "remake" exato, eles só se basearam na história do Romero, tem algumas cenas que lembram o primeiro filme, mas no geral é bem diferente.
A melhor mudança é que o foco agora está nos sobreviventes e nos infectados, o remake possui um certo suspense em várias cenas, não chega a ser aquele suspense que te prende cena a cena, mas é interessante. O gênero do filme permanece o mesmo, continua sendo um Ação/Drama com nada de terror, então se você espera ver um filme de terror, vai se desapontar, mas se gosta de um filme com uma certa Ação, toques de Suspense e Drama constante, veja no cinema, o filme tem ótimos efeitos.

Do primeiro para esse agora, muita coisa melhorou, porém ainda não é o que o filme deveria ser, essa história do Romero daria um grande Terror/Suspense, mas preferem focar na ação e no drama... quem sabe um próximo remake consiga levar o filme para o genero que ele merece estar. Para os que aguardam a estréia de The Crazies no Brasil, já aviso que não é isso tudo o que esperam, acredito que muitos vão se decepcionar, não pensem que o filme é ruim, só não é tudo o que poderia ser, mas vale a pena conferir.

Confira neste link seis clipes, dois comerciais de TV e um making-of em três partes




Até a próxima sexta, com o post sobre filmes de Terror Japones!

"Limite"


Jornal O Estado de São Paulo, 4/12/1919. Culpa, entre outros motivos, a incapacidade artistica para a não existência de uma indústria do cinema no Brasil.

A arte é mais complexa do que parece, e exige, no técnico, além de cultura artística, um senso especialíssimo dos efeitos finais, que só a experiencia desenvolve (...)



Com certeza eles quebraram a cara em 1931.



"Limite", de Mário Peixoto, pode ser baixado aqui. Não sei se tem dvd a venda.


ATUALIZADO:
Pelo que descobri parece que ainda esse ano sai o dvd. Guardem uns trocados.

Decifrando o código Tarantinesco

Não vou negar que sou um fã de carteirinha do Selton Mello. Não vou negar que tambem sou fã de carteirinha do Quentin Tarantino.

Certo dia (muito tempo atras), boiando na net, vi uma ligação entre os dois. Era um curta brasileiro, estrelado por Seu Jorge e Selton Mello. O curta se chama Tarantino's Mind (muita gente já deve ter visto).
É uma viagem insana, em que Selton Mello diz ter decifrado o código do Tarantino.

Ele consegue fazer ligações com vários personagens de filmes do Quentin Tarantino, oque de imediato, parece loucura. Mais loucura que isso, é assistir o curta e no final, sair convencido que Tarantino fez mesmo uma ligação com vários personagens de seus filmes.

A direção do curta usa tomadas tipicas tarantinescas. Diálogos longos, muitas vezes "sem nexo" e com muitos palavrões e a câmera parada com um ângulo estratégico, perfeito.

Selton mello desdobra sua tese sobre Tarantino muito bem, confundindo o telespectador a ponto de, no final, ele nao saber se é só coincidência ou Tarantino realmente fez isso de propósito.

OBS: Se voce nao viu os filmes de Quentin Tarantino, bem capaz que não entenda o ponto central do curta, que é mostrar uma conexão entre os filmes (nao entra bastardos inglórios).
OBS²: Spoilers de alguns filmes

Se não viu ainda, e ja assistiu os filmes do Quentin tarantino, vale a experiência. E quem ja viu, vale a pena rever essa tese insana. Não vale?!?!
Semana que vem, juro que falo algo sobre o curta que ganhou o Oscar, "The new tenants".

Educação sexual às avessas


Confesso que fiquei com frio na barriga quando aluguei esse filme, mas depois a sensação passou, afinal estamos falando de Woody Allen. Resultado: fiquei apaixonada pela sequência de esquetes - pra não falar filme.
“Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar” (1972) é pouco convencional, e serviu para testar a capacidade do diretor como o gênio da comédia. Posso estar sendo pretensiosa, mas ele é um dos poucos que consegue lidar com o gênero de uma forma inteligente e sem vulgarizar. Baseado no livro homônimo de David Reuben, a película tem a missão de tirar dúvidas sobre sexo.
Considerando que sua produção se deu nos anos 70, os questionamentos podem parecer banais aos olhos de hoje. O que é sodomia? Os afrodisíacos realmente funcionam? Porque algumas mulheres não chegam ao orgasmo? Essas são algumas das perguntas que dão origem as esquetes – que ao total são sete - desde o bobo da corte tentando abrir o cinto de castidade da rainha, interpretada por Lynn Redgrave, a espermatozóides refletindo sobre a famosa corridinha até o óvulo.
Antes de se aventurar nessa bomba de irreverência proposta por Allen, certifique se você está realmente interessado, porque é preciso muita malícia e senso de humor para se encantar por essa produção. “Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar” é engraçado, constrangedor e exagerado, diferente de tudo o que Woody Allen já produziu. Eu indico!



Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Ano de lançamento: 1972
Elenco: Burt Reynolds, Lynn Redgrave, Woody Allen,
Tony Randall, Louise Lasser, Gene Wilder


Próxima semana vamos entrar no mundo do expressionismo alemão, até lá!

Entre Irmãos (Brothers, 2009)


Título Original: Brothers
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Ano de Lançamento: 2009
Direção: Jim Sheridan
Roteiro: David Benioff, baseado
em roteiro de Susanne Bier
e Anders Thomas Jensen
Produção: Michael De Luca,
Ryan Kavanaugh e Sigurjon Sighvatsson
Música: Thomas Newman
Fotografia: Frederick Elmes
Direção de arte: Guy Barnes
Figurino: Durinda Wood
Edição: Jay Cassidy
Efeitos Especiais: Great FX

César
Brothers, apesar do elenco, tem um ritmo lento e até um pouco enjoativo. Mesmo assim, o roteiro consegue chamar atenção do espectador, que apreensivo, fica esperando algo grandioso acontecer. PORÉM, as "melhores" cenas do filme, acontecem no final; E logo em seguida "FIM". Jake Gyllenhall, Natalie Portman mal explorados e Tobey Maguire com cara de louco (Oscar de Ator com mais cara de louco pra ele), genial. Um remake clichê ao qual dou nota: 5.

Daniel Corrêa
Serei realmente curto e grosso. A premissa do filme é clichê. Essa parada de "alguém vai embora, quem fica se apaixona e a outra volta" está em vários filmes desde os primordios do cinema. É uma premissa dramática das mais simples. Porém, o longa se sustenta na bela atuação de Tobey Maguire. O eterno Peter Parker e um dos atores mais sem sal dos últimos anos me fez calar a boca. A direção deixa um tanto a desejar, mas "Entre Irmãos" ainda se sai razoavelmente bem. Assim como disse do "Educação", vá sem esperar muito e seja feliz.

Alex
"Entre irmãos é um remake em inglês do filme dinamarquês "Brothers" (2004), de Susanne Bier ("Depois do Casamento"), mantendo praticamente intacta a linha narrativa, com pequenas adaptações para adequar-se à realidade norte-americana."
Esperava muito mais, do mesmo jeito que "Educação" é um filme clichê mas teve uma ótima direção, pensei que Entre Irmãos seguiria o mesmo estilo, surpreendendo na direção, no desenvolvimento, mas nao foi bem assim.
A História toda é um tremendo clichê, porém o filme reúne ótimos dramas no roteiro, só esqueceram de trazê-los para a história...
Nenhum desses dramas foram bem trabalhados, em momentos onde a tensão deveria ser grande, ela não é, em vez dos acontecimentos irem fluindo naturalmente, parece que estão apenas sendo guiados, ou seja, um típico clichê, onde as cenas acontecem porque tem que acontecer daquele jeito, não há um desenvolvimento dos personagens na história...
Só vale a pena ver pelo Tobey Maguire, ótima atuação, o único no filme que teve seu personagem bem construido... de resto, é um filme chato.

Denise
Depois de terem adiado sua estréia no país, a espera finalmente chegou ao fim. Mas para quem tinha grandes expectativas em relação ao drama "Entre Irmãos" (Brothers, Jim Sheridan, 2009) pode ter se decepcionado um pouco. Pra começar a trama é puro clichê, mesmo com a desculpa de que o enfoque principal do filme é a rivalidade entre Sam (Tobey Maguire) e Tommy (Jake Gyllenhaal).
A história é até bem desenvolvida, mesmo tendo seus altos e baixos. Mas o ponto fraco maior, foi o mau aproveitamente de ótimos atores, como Natalie Portman (Grace) e Jake Gyllenhaal (Tommy), que simplesmente vêem o filme passar enquanto Tobey Maguire dá um show de atuação (me espantou a sua "não indicação" ao Oscar de melhor ator).
A trilha sonora caiu direitinho nos momentos dramáticos, destaque para Never Say Never (The Fray). Assim como "Preciosa", o filme não toca, não faz o espectador sentir pena do personagem. No geral, "Entre Irmãos" é um bom filme, mas sem grandes considerações.

Anticristo


Prólogo
Antichrist é provavelmente o filme mais dificil de se descrever, prova disso foram as criticas extremamente contrárias em Cannes, mas hoje em dia uma produção dividir tanto assim seu publico já é motivo para classificá-lo no minimo como intrigante.

Capítulo Um: O Filme
Porém a curiosidade as vezes não supera o medo de ver algo que todos definem como "chocante". Em primeiro lugar, terror psicológico não é para qualquer um, este é um filme para se pensar; Segundo, existem cenas bem fortes, quem não tiver estômago forte nao verá o final do filme; Ou seja, se você for do tipo que gosta de pensar, interpretar simbolismos, analisar as cenas para tirar conclusões e não se preocupa de ver mutilação genital, veja o filme! Mas se não for, também sugiro que veja, Antichrist é uma obra única e mesmo que acabe não gostando, vale a pena tentar assistir.

Capítulo Dois: Simbolismo
Este é o filme mais simbolico que já vi, e por simbólico eu classifico tanto cenas surreais como cenas que nos revelam a historia unicamente através de imagens, como é o caso das diversas cenas de sexo violento tratando a libido como punição/cura, ou nos trechos onde o marido tenta fazer com que sua mulher supere o sentimento de culpa, inclusive o nome do lugar: Floresta Éden. Mais as cenas completamente fora da realidade como a raposa falante que é mostrada comendo sua própria carne ou os corpos de diversas pessoas misturados ao fundo da mata, em meio aos troncos, Tudo isso levando à magnífica cena da mutilação manifestando na realidade todo o terror e drama sofridos no psicológico dos personagens.

Capítulo Três: A Atuação
Para alguns este filme foi um erro na carreira de Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg mas sinceramente, uma boa parte da grandiosidade do filme se dá por causa deles, a relação entre eles, como conseguiram mostrar a essencia de seus personagens em cenas complicadas onde muitos atores fariam de uma forma superficial. Mas o que mais me surpreendeu foi essa conexão entre os dois durante todo o filme, e em especial a Charlotte que achei perfeita em todos os momentos de confusão, raiva e insanidade.

Capitulo Quatro: Lars Von Trier (Chaos Reigns)
Para se ter uma idéia de como é Lars Von Trier só mesmo assistindo a algum de seus filmes, eu que não o conhecia já me tornei fan ao ver Antichrist, e sugiro que vejam os mesmos filmes que já me sugeriram: Dogville e Dançando no Escuro. Durante e antes do filme, Von Trier passava por uma depressão (o que explica porque o filme é assim), porém além de seu estado mental colaborar para suas obras, sua direção é imprescindivel, as cenas, os angulos, o foco, enfim...

Epílogo
A Direção nem preciso comentar, é brilhante! A Fotografia surpreendente, roteiro com uma historia "confusa" (pelo simbolismo) mas com diversas cenas fantásticas que vão além do cinema comum, ótimos atores, filme único. Reparem que nem me atrevi a explicar os simbolismos, melhor mesmo que vejam e tirem suas próprias conclusões, se choque, fique admirado, confuso ou fascinado, e diga você mesmo se Von Trier é um gênio ou um insano.



A Critica foi feita nesse formato "em capitulos" fazendo referencia ao filme que também é dividido assim. Até a próxima Sexta!

"Viajo porque preciso..."

"Viajo porque preciso, volto porque te amo"

O sertão sempre foi uma temática na arte brasileira. Na música, literatura, artes plásticas, na poesia. Sempre existe a caatinga. Quase sempre igual em dores e desabores. No cinema não seria diferente.
Desde "Os Fuzis", "Vidas Secas", "Deus e o Diabo na terra do sol" e o vencedor de Cannes, "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" (a.k.a. "Antônio das Mortes"), até uma veia cômica no sertão, encontrada de um modo delicioso, por exemplo em "Narradores de Javé".

Eu tenho sangue nordestino e uma paixão enorme pela cultura de lá, gosto de modo descarado. Mas do mesmo modo posso dizer, um dos filmes que menos vontade de assistir era o mais "pulava" da programação até meus olhos, durante o ultimo festival do Rio de cinema.
"Viajo porque preciso, volto porque te amo" é um titulo horrendo. Ainda mais se estamos falando de um dos mais bonitos filmes com essa temática dos últimos anos.

O primeiro grande êxito do longa está nos créditos a - bela e premiadissima - direção dupla por dois fantasticos artistas: Marcelo Gomes ("Cinema, Aspirinas e Urubus") e Karim Aïnouz ("O céu de Suely").
Em seguida vale notar que a trama é simples e até clichê desamor e ter que sair de casa, no caso, um viagem à trabalho, mas que para a estética buscada é perfeita.
O filme se passa como se o protagonista estivesse filmando as cenas, não temos muito contato além da voz - que nos guia a trama em meio a memórias e pensamentos. Tudo isso enquanto viajamos por um NE mais morto e muito mais vivo do que vemos na arte e na mídia.

É quase impossível não colocar suas lembranças misturadas às lembranças de José Renato. E quase impossível não se comover nesse filme que é uma grande mistura de ficção e documentário, de arte e antropologia.

É o filme nacional imperdível do ano.

Kiwi


Esses dias, conversando com o meu amigo @liko, ele me passou um curta chamado "Kiwi". Logo que eu dei play no curta, senti um impulso negativo com o aspecto da animação. Era um passarinho amarelo, sem asas, que puxava alguma coisa colina acima.

Quando o curta terminou, eu pensei "Whatafuck?". Realmente me surpreendi. Quem disse que coisas simples não podem ter efeitos grandiosos?

O curta só tem 3 minutos e gira em torno desse passarinho, que até chegar no final, ninguem sabe o que ele esta tentando fazer. Os cenários não são tão bem elaborados e nem os detalhes, mas o que vale é a mensagem que o curta deixa.

Sherlock Jr.

Inaugurando minha coluna com a proposta de relembrar o cinema das antigas, começo apresentando a vocês Buster Keaton, um dos diretores mais intrigantes de todos os tempos.
Numa temporada onde filmes em 3D tomam conta do cinema mundial, aquelas obras antigas que não tem cor e muito menos som, caem no esquecimento.
Com James Cameron as tecnologias cinematográficas foram revolucionadas e agora só ouvimos falar em Avatar. Mas garanto que aqui será diferente.


Sherlock Jr. (Buster Keaton, 1924) é um filme de apenas 44 minutos, mudo e p&b, nada disso capaz de ofuscar sua qualidade. Aspirante a detetive, um projecionista de cinema é acusado de roubar o relógio do pai de sua namorada. Triste, ele volta ao trabalho e adormece durante uma projeção. No seu sonho - fazendo um contraponto entre a realidade e ilusão - ele acaba entrando na tela do cinema no papel de um dos detetives mais famosos do mundo, Sherlock Jr.

Mesmo sendo o menor longa-metragem de Keaton, esse filme tem um ritmo alucinante, que aproveitando os dotes extras do cineasta, ele fez questão de executar as chamadas gags (corrida, fuga, queda, acrobacia), deixando o longa ainda mais divertido. O cinema cômico não tem hora ou lugar para ser produzido e Buster Keaton o fez com bastante eficácia, ao lado de grandes nomes como Charles Chaplin e Harold Lloyd.

Sem generalizar, mas as pessoas deveriam dar uma oportunidade aos filmes de outras décadas. Uma boa fonte de pesquisa sobre "o que assistir" é o livro "1001 filmes para ver antes de morrer" (Steven Jay Schneider), que faz um breve comentário sobre diversas obras de diferentes épocas. Uma boa dica para quem está a fim de fugir da explosão de clichês produzida por Hollywood.

"[...] a corrente do cinema flui mais rapidamente do que as outras, de que seus gostos se entredevoram, de que os clássicos são logo esquecidos, de que as inovações não tardam a envelhecer, de que a inspiração pode nos abandonar repentinamente." (Jean-Claude Carrière, A linguagem secreta do cinema, 1995).



Sherlock Jr. (1924)
Título Original: Sherlock Jr.
Gênero: comédia
Duração: 44 minutos
Ano de lançamento: 1924
Direção: Buster Keaton
Roteiro: Clyde Bruckman, Jean C. Havez
Produção: Joseph M. Schenck, Buster Keaton
Música: Myles Boisen, Sheldon Brown, Beth Custer, Steve Kirk, Nik Phelps
Fotografia: Byron Houck, Elgin Lessley
Elenco: Buster Keaton, Kathryn McGuire, Joe Keaton Erwin Conelly, Ward Crane

Educação (An Education, 2009)

Título Original: An Education
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Ano de lançamento: 2009
Direção: Lone Scherfig
Roteiro: Nick Hornby, baseado nas
memórias de Lynn Barber
Produção: Finola Dwyer e Amanda Posey
Música: Paul Englishby
Fotografia: John de Borman
Direção de arte: Ben Smith
Figurino: Odile Dicks-Mireaux
Edição: Barney Pilling
Efeitos especiais: Baseblack


César
Educação é um filme sobre escolhas e decisões importantes, que mostra a personagem principal, Carey Mulligan, em um dilema de proporções com picos diferentes, porém pretenciosos. As atuações maravilhosas tornam a atmosfera "bonitinha" do filme, em algo mais amplo. A fotografia é um atrativo natural (Foco nas cenas de Paris. Maravilhosas!).

Daniel Corrêa
“Educação” é um filme para se ver despretensiosamente. A trama começa boa, envolvente. Com uma estrela brilhando, a protagonista Carey Mulligan, que continua a brilhar por todo o filme, mesmo com o texto se tornando extremamente previsível. O filme não é um achado da 7° arte e nem um desperdício de tempo. É bom de assistir, se visto despretensiosamente.

Alex
De uma forma geral é um filme muito bom porque apesar de apresentar um roteiro completamente clichê onde você percebe o que está para acontecer, a forma como tudo foi contado, o desenvolvimento dos personagens no drama, ficou muito perfeito, e por isso se torna um filme bem gostoso de se ver. Além da Carey Mulligan ter representado seu personagem muito belamente.
Educação é um filme bem simples e mostra que um filme bom não depende da historia mas de como esta é contada.

Denise
Indicado a três Oscar incluindo o de melhor filme, “Educação” não inova e se perde com um final bastante clichê. Não é de se espantar que numa premiação que agora conta com 10 indicados, este esteja no meio.
A diretora Lone Scherfig transporta uma história que estamos acostumados a ver para a década de 60. Uma garota de 17 anos, interpretada pela bela Carey Mulligan, descobre que a vida é muito mais do que fazer planos para um futuro profissional.
O filme é conduzido de uma maneira muito leve, com atuações radiantes, como no momento em que Jenny (Mulligan) e David (Peter Sarsgaard) se conhecem. A partir daí fica impossível não se identificar com a garota - madura demais para sua idade - que deixa de ser uma “school girl” para viver no glamour da excitante Paris.
“Educação” é cercado de humor e romantismo, e mostra que a principal lição de vida não se aprende nos livros. Com diálogos que souberam amarrar a trama, o filme se mostrou bastante maduro ao tratar de diversos “pontos de interrogações” que pulsam dentro da cabeça dos jovens. Por mais que o roteiro não seja inovador, a sutileza com que Lone criou as situações entre Jenny e David e até mesmo com o pai (Alfred Molina), que também é seduzido por ele, eleva a qualidade do filme, mesmo sem o tornar incrível.
Com uma fotografia esplêndida, Educação é lindo visualmente e só peca com um final completamente previsível. E por mais exagerada que seja sua indicação ao Oscar de melhor filme, se “Preciosa” está no meio, porque não Educação?