Anticristo


Prólogo
Antichrist é provavelmente o filme mais dificil de se descrever, prova disso foram as criticas extremamente contrárias em Cannes, mas hoje em dia uma produção dividir tanto assim seu publico já é motivo para classificá-lo no minimo como intrigante.

Capítulo Um: O Filme
Porém a curiosidade as vezes não supera o medo de ver algo que todos definem como "chocante". Em primeiro lugar, terror psicológico não é para qualquer um, este é um filme para se pensar; Segundo, existem cenas bem fortes, quem não tiver estômago forte nao verá o final do filme; Ou seja, se você for do tipo que gosta de pensar, interpretar simbolismos, analisar as cenas para tirar conclusões e não se preocupa de ver mutilação genital, veja o filme! Mas se não for, também sugiro que veja, Antichrist é uma obra única e mesmo que acabe não gostando, vale a pena tentar assistir.

Capítulo Dois: Simbolismo
Este é o filme mais simbolico que já vi, e por simbólico eu classifico tanto cenas surreais como cenas que nos revelam a historia unicamente através de imagens, como é o caso das diversas cenas de sexo violento tratando a libido como punição/cura, ou nos trechos onde o marido tenta fazer com que sua mulher supere o sentimento de culpa, inclusive o nome do lugar: Floresta Éden. Mais as cenas completamente fora da realidade como a raposa falante que é mostrada comendo sua própria carne ou os corpos de diversas pessoas misturados ao fundo da mata, em meio aos troncos, Tudo isso levando à magnífica cena da mutilação manifestando na realidade todo o terror e drama sofridos no psicológico dos personagens.

Capítulo Três: A Atuação
Para alguns este filme foi um erro na carreira de Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg mas sinceramente, uma boa parte da grandiosidade do filme se dá por causa deles, a relação entre eles, como conseguiram mostrar a essencia de seus personagens em cenas complicadas onde muitos atores fariam de uma forma superficial. Mas o que mais me surpreendeu foi essa conexão entre os dois durante todo o filme, e em especial a Charlotte que achei perfeita em todos os momentos de confusão, raiva e insanidade.

Capitulo Quatro: Lars Von Trier (Chaos Reigns)
Para se ter uma idéia de como é Lars Von Trier só mesmo assistindo a algum de seus filmes, eu que não o conhecia já me tornei fan ao ver Antichrist, e sugiro que vejam os mesmos filmes que já me sugeriram: Dogville e Dançando no Escuro. Durante e antes do filme, Von Trier passava por uma depressão (o que explica porque o filme é assim), porém além de seu estado mental colaborar para suas obras, sua direção é imprescindivel, as cenas, os angulos, o foco, enfim...

Epílogo
A Direção nem preciso comentar, é brilhante! A Fotografia surpreendente, roteiro com uma historia "confusa" (pelo simbolismo) mas com diversas cenas fantásticas que vão além do cinema comum, ótimos atores, filme único. Reparem que nem me atrevi a explicar os simbolismos, melhor mesmo que vejam e tirem suas próprias conclusões, se choque, fique admirado, confuso ou fascinado, e diga você mesmo se Von Trier é um gênio ou um insano.



A Critica foi feita nesse formato "em capitulos" fazendo referencia ao filme que também é dividido assim. Até a próxima Sexta!

Um comentário:

Vitor Stefano disse...

Comentário sobre o Anticristo que fiz lá no Sessões:

Após ver Anticristo, não consigo descrever o que se passa na cabeça (na minha e do Trier).
São tantas as perguntas. As investidas loucas do diretor dinamarques conseguiram levá-lo a um trabalho forte, pesado e que foi feito para ser visto (mais de uma vez) e não comentado. Não saem palavras. Mas somos teimosos e tentaremos desvendar o que se passa por trás da depressão, dos rituais xamanicos, a natureza se vingando, do fim do mundo e de três mendigos que ainda estão por vir trazendo tristeza, dor e desespero. O Mal. Ele e Ela, como Adão e Eva no Éden, onde, dessa vez, tudo terminará.
É melhor eu ver de novo para tentar decifrar tanto simbologismo.

Mas só sei de uma coisa: O Caos Reina, na minha cabeça!