"O amor segundo não sei quem"


"O amor segundo não sei quem". Foi assim que me referi ao novo longa do cineasta Beto Brant (O Invasor, Cão Sem Dono, Crime Delicado) para a menina do caixa do cinema. Eu, Daniel Corrêa, que toda quinta estarei aqui falando sobre o nosso querido e amado cinema brasileiro, que tantos dizem que é de quinta, fui ver esse filme... numa quinta-feira. Na verdade uma toda especial, aquela após o carnaval: o dia mundial da ressaca.
E para fugir, não só da ressaca como da folia como um todo, muitos mas muitos mesmo passam os dias momesmos nos cinemas e estreiar nesses dias pode ser uma mina de ouro. Ou ser o momento para um filme com menos recursos conseguir um boca-a-boca bacana.
"O amor segundo B. Schienberg", novo longa do premiado diretor, estreiou na sexta-feira de carnaval. Porém (aqui no Rio) em uma sala e em um horário. Isso já falava algo sobre o filme. Não é um filme para todos assistirem.
Eu acredito muito na arte para todos e não só para uma casta. Porém, tenho que concordar. Este filme não é para todos. Ou seria?
Bem, o longa é sobre uma relação tumultuada entre um ator e uma video-artista - vertente da arte pouquissimo conhecida fora do meio - e entre eles e sua própria arte. Tudo isso baseado no personagem Benjamim Schianberg do livro "Eu receberia as piores noticias dos seus lindos lábios", de Marçal Aquino. É um filme com muitas referências a arte e bem conceitual. Esse é o lado no qual concordo que o filme é para poucos. Poucos teriam saco de assistir.
Mas onde reside a minha dúvida sobre se isso é realmente um problema? Não é um filme popular, certo. Concordo. Mas o filme mostra o processo de criação de uma videoarte. O que pode ser bacana par tentar levar isso a um publico maior. Além de que o filme foi feito de um modo muito natural, com equipamento bem simples. Você sente essa informalidade e acaba embarcando. Pois você sente que poderia estar vivendo aquilo. Além de que o amor existe em todos. Conceitualmente ou de modo explicito.
Segundo Beto Brant ou B. Schienberg, o amor é um jogo de acordos. Um acordo muito bem feito nesse filme, que tem ganhado vários prêmios em festivais. Ou um acordo silencioso entre eu e a menina da caixa, que entendeu o filme que queria ver.






Semana que vem: Os vários sertões do cinema e como "Viajo porque preciso, volto porque te amo" não é nenhum deles.



Até lá, queridos.
E viva o cinema nacional.

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